segunda-feira, 28 de abril de 2014

Echoes of the future

Segundo vídeo que fiz.

https://www.youtube.com/watch?v=vPii-YMJfwM

Comunicação não-verbal

Uma vez fiz um curso de vídeo arte. Daí o primeiro produto que sai dele, meio que como forma de trabalho de finalização de curso foi esse vídeo que ponho o link aqui embaixo.
Sempre fui atraído pela comunicação não-verbal dos olhos, por isso fiz esse vídeo de forma, completamente amadora.

https://www.youtube.com/watch?v=Ah7G37RB5j0

Pertencer

"Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sente o ambiente, a criança quer: nela o ser humano, no berço mesmo, já começou.
Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça.
Se no berço experimentei esta fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um destino. A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus. Exatamente porque é tão forte em mim a fome de me dar a algo ou a alguém, é que me tornei bastante arisca: tenho medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre. Sou, sim. Muito pobre. Só tenho um corpo e uma alma. E preciso de mais do que isso.
Com o tempo, sobretudo os últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova de "solidão de não pertencer" começou a me invadir como heras num muro.
Se meu desejo mais antigo é o de pertencer, por que então nunca fiz parte de clubes ou de associações? Porque não é isso que eu chamo de pertencer. O que eu queria, e não posso, é por exemplo que tudo o que me viesse de bom de dentro de mim eu pudesse dar àquilo que eu pertenço. Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado em papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos.
Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais forte. Muitas vezes a vontade intensa de pertencer vem em mim de minha própria força - eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique uma pessoa ou uma coisa.
Quase consigo me visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e no entanto premente sensação de precisar pertencer. Por motivos que nem minha mãe nem meu pai podiam controlar, eu nasci e fiquei apenas: nascida.
[...]
A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver. Experimentei-o com a sede de quem está no deserto e bebe sôfrego os últimos goles de água de um cantil. E depois a sede volta e é no deserto mesmo que caminho!"

Eu te entendo, Clarice, eu te entendo.



Pertencer -
Clarice Lispector

sábado, 2 de janeiro de 2010

Das expectativas


Começo de ano, ano novo... nada de vida nova!
Vida continuará sendo a mesma a não ser que algo grande aconteça, como minha mãe ganhar na Loteria. Caso contrário... Na faculdade só vai mudar alguns professores e matérias, pelo que eu saiba vou morar na mesma cidade, mesmo apartamento, mesma faculdade e no mesmo corpo.
Então porque dizem "ano novo vida nova"? Sinceramente não entendo.
Acho que a frase correta deveria ser coisas do tipo: "ano novo, promessas novas", sim porque quando chega no final do ano todo mundo faz várias promessas, que lógico, quase nunca são cumpridas, como parar de beber, de fumar, ser menos isso ou mais aquilo, plantar uma árvore, ler mais l ivros ou escrever um, juntar dinheiro e ir a Plutão. Enfim, não fiz nenhuma promessa pra esse ano - mentira - tá, só que VOU me dedicar mais a faculdade! Voltando ao assunto... (ainda sobre a frase "ano novo, vida nova") Ou então a frase poderia ser "Ano novo, expectativas novas", é, sempre criamos expectativas em cima de tudo, novas expectativas na família, no trabalho, na escola, faculdade, na rua, na chuva, na fazenda ou na casinha de sapê. Expectativas que tudo ou algo mudou, que as pessoas mudaram, que virá coisas boas pra o novo ano, que muitas coisas darão certo, que sonhos se realizarão...! Gente, NÃO. OK? No expectations at all, please. Palavra de ordem do ano é: desapego. Se apegar à coisas materiais e imaterias é sofrimento já dizia Buda. Então se apegar à expectivas é você sofrer caso não venha se concretizar no ano vindouro. Não que eu seja uma pessoa pessimísta, mas sejamos realistas, a vida não é como a gente quer e nem sempre nossos planos se realizam, ai quando não acontecem o que nós fazemos? Nos frustamos. Sofremos no vale de lágrimas. Se apegar à expectativas é mal, porque geralmente são coisas que independe de gente, não é algo que a gente possa controlar ou mudar - não tenho necessidade de controle, mas coisas que a gente não pode mudar temos que ficar a mercê da "sorte" isso sim causa angústia e ansiedade, dois sentimentos ruins, e se é algo que nós podemos fazer e mudar então nós podemos conseguir, se não conseguir se sinta mal porque é fraco. Então pr'áqueles que reservam expectativas pra 2010 meu conselho é: reze, mas reze bem muito porque vai ser a única coisa que vai te restar e acalentar seu ser polvoroso de angústia e ansiedade.

domingo, 22 de novembro de 2009

Você zombou

Era uma vez um menino que ia fazer aniversário, mas pobre garoto infeliz, morava numa cidadezinha cafona e sem muitas opções para celebrar tal data com seus amiguinhos.
Todas vez que ele saía sempre encontrava com as mesmas pessoas e dizia que andar por sua cidade era viver um Déjà-vu constante. Um dia ele pensou, pensou até ficar verde-musgo e não conseguio pensar em nada, nem ter idéias de locais. Ele tinha duas opções, ou ia para os mesmo lugares e encontrava com as mesmas pessoas - que andam com o mesmo grupo de amigos e que sempre sentam nas mesmas mesas e cadeiras, ou então ele iria para bares "novos" porém caros. Ele quer fazer coisas novas, com pessoas novas, em lugares diferentes tipo comemorar num motel com todos os amigos (calma, não seria uma orgia - só um lugar diferente), ou então perdidos na floresta, ou num barquinho ou talvez numa praia de nudismo na Polinésia Francesa.
Ó como esse pobre garoto sofre por morar em tal cidade provinciana pseudamente subdesenvolvida. Mas esperança de um dia sair de lá e morar numa grande exala por seus poros.

sábado, 1 de agosto de 2009






Auto-explicativa.



sábado, 25 de julho de 2009




Ciências exatas?

Paro. Penso. É tão rápido destruir. Não, destruir não, desconstruir fica melhor para esse texto, para esse devaneio. Um engenheiro e um arquiteto levam tanto tempo para projetar uma casa (ou um prédio ou qualquer outra coisa, mas usemos aqui a casa como exemplo) e o pedreiro leva mais ainda para construir tudo aquilo que levou tanto tempo para ser elaborado. A prática do que foi pensado posto em ação. Várias horas ou dias se pensando em como construir, vários dias e meses construindo aquilo, firmando tal construção... Mas um belo dia tudo aqui fica obsoleto, vem algo mais moderno, algo maior e tem que demolir, desconstruir tudo que foi levado tanto tempo para finalmente estar pronto, mudado. Acabado. Assim somos nós. Nossos pensamentos. Nossos paradigmas. Nossas reflexões. Nossas. Nós.

Ora arquiteto e engenheiros, ora pedreiros, ora demolidores, ora nós.
É engraçado como mudamos. É engraçamos como tudo aquilo que passamos uma vida inteira construindo, reforçando e acreditamos pode ser mudado em poucos instantes. Leva tanto tempo para nos firmamos veementemente em certas coisas, a ponto de bater no peito pra dizer que você crer ou não em certas coisas e quase nada para tudo isso ser desconstruído. Não me refiro ao fato de você ver algo novo e começar a passar a acreditar naquilo. Isso sempre é igualmente rápido. Mas sim ao fato de você formular o porquê de acreditar naquilo, de juntar informações, fatos, experiências suficiente para debater com alguém a ponto de, até mesmo quem sabe, mudar a opinião da outra pessoa fazendo com que ela veja pelo mesmo prisma que você. Isso sim que leva tempo. Mas, de repente vem alguém, às vezes com uma sutileza devastadora, e faz com que você desconstrua tudo aquilo que foi construído. E assim pode acontecer com a muralha que levei anos construindo. Com alguns pensamentos e idéias que levei anos formulando e reforçando. Ai droga, melhor seria uma marretada na cabeça, só assim a dor passaria e tudo também passaria junto. Mas uma desconstrução de paradigmas pode ser algo mais danoso, nunca se sabe para o quê ela está servindo de base. Às vezes algo bom, às vezes algo doloroso. Seja no mesmo instante da desconstrução, seja num futuro longe ou não. Não sei o que será dessa desconstrução, mas que eu to permitindo e gostando, isso eu estou. Talvez a muralha volte depois. Pode ser que não. Mas quero sentir o turbilhão acontecendo. Não sei se dessa vez, mas um dia quero sentir.